Seguidores

terça-feira, 20 de novembro de 2018

DESERTA


Como a violeta, deitada num vaso.
Rodeada, dos exemplares tão iguais.
E também sendo, um rio bem raso.
Ameaça alguma, abonando jamais.

Como uma estrela, tão simplificada.
Contendo o interesse, determinado.
Simples quanto, não sendo tocada.
Como o amor partido, e despetalado.

Um cheiro dispersante, da manhã.
Voando na fumaça, como o gosto.
Perfumado café, na  padaria anciã.
O sabonete, com a água no rosto.

Lento o corpo, esperando ensaio.
A rua chamando, para recomeçar.
A chuva fina, causando o desmaio.
Quando sol aguardado, para raiar.

Um pensamento, teimoso empaca.
Determinando, um estendido sono.
Uma saudade, fingindo a ressaca.
Numa rua deserta, o teu abandono.

Nenhum comentário: