Seguidores

domingo, 5 de agosto de 2018

TÃO SÓ

teu retrato, de fato, ficou na estante, livre exposto.
Enquanto eu, apurando os fatos,e olhando teu rosto.
No momento, nenhuma história, nem nós, nem nada.
Pensamento, os detritos de glória, lágrima embotada.

Ruas, dobrando  esquinas,como papéis  desbotados.
A tecida rede, ponto por ponto, todos desmanchados.
Teu retrato na minha estante, domina meus instantes.
Nem a mim relato, aforismo calado, atritos constantes.

Permanecida calada, toda razão, perdida num caminho.
Nenhuma palavra mais delicada, então,nenhum carinho.
Tão só, em meio uma multidão, carregando apenas dolo.
Milênios de solidão, quanta insensatez,num coração tolo.

A lua, prateada ternura, sempre aparecia, e escondida.
Desembrulhando candura, permanecia, mas diz a vida.
Carecida mudança,  levando tralhas, devagar vai apagar.
Não há, emoção que valha, tal insistência, em carregar.

A tua distância faz rios subirem montanhas, pelo avesso.
Nem em face de decepções tamanhas, o tamanho preço.
Vendo a noite vindo agora, andando o dia, desatando nó.
Pessoas  amotinadas lá fora, eu ainda, permaneço tão só.

Nenhum comentário: